quinta-feira, 8 de setembro de 2016

[RESENHA] "O CORAÇÃO DA ESFINGE", DE COLLEEN HOUCK

Nome: O Coração da Esfinge
Série: Deuses do Egito #02
Autora: Colleen Houck
Editora: Arqueiro
Onde comprar: Buscapé

Livro enviado como cortesia pela editora
Lily Young achou que viajar pelo mundo com um príncipe egípcio tinha sido sua maior aventura. Mas a grande jornada de sua vida ainda está para começar.

Depois que Amon e Lily se separaram de maneira trágica, ele se transportou para o mundo dos mortos – aquilo que os mortais chamam de inferno. Atormentado pela perda de seu grande e único amor, ele prefere viver em agonia a recorrer à energia vital dela mais uma vez.

Arrasada, Lily vai se refugiar na fazenda da avó. Mesmo em outra dimensão, ela ainda consegue sentir a dor de Amon, e nunca deixa de sonhar com o sofrimento infinito de seu amado. Isso porque, antes de partir, Amon deu uma coisa muito especial a ela: um amuleto que os conecta, mesmo em mundos opostos.

Com a ajuda do deus da mumificação, Lily vai descobrir que deve usar esse objeto para libertar o príncipe egípcio e salvar seus reinos da escuridão e do caos. Resta saber se ela estará pronta para fazer o que for preciso.

Nesta sequência de O despertar do príncipe, o lado mais sombrio e secreto da mitologia egípcia é explorado com um romance apaixonante, cenas de tirar o fôlego e reviravoltas assombrosas.


Resenhas | Série “Deuses do Egito”


  



Na sequência de “O Despertar do Príncipe” Lily descobre que está ligada a Amon através do Escaravelho do Coração que ele lhe deu e que essa conexão permite ao casal se encontrar nos sonhos. Desolada pela separação imposta a ambos, ela aos poucos tenta retornar com a vida normal, porém os dias que passou ao lado de seu amado são difíceis de esquecer. Sendo assim, a última coisa que ela esperava era receber a visita do Deus Anúbis, que solicita sua ajuda para uma importante missão.

A questão é: Amon está desaparecido e precisa ser encontrado. Amargurado com os Deuses pelos anos de servidão e nenhuma retribuição, o príncipe renunciou aos seus deveres como um dos Filhos do Egito e fugiu para o Mundo dos Mortos, uma atitude perigosa que pode ter consequências terríveis para todos.
“As breves incursões pelo reino dos mortais não eram mais suficientes. Se tivesse se reunido com os irmãos antes do julgamento, eles saberiam o que ele desejava fazer, tentariam convencê-lo a desistir. Por isso saltou antes de vê-los outra vez.
Queria mais. Precisava de mais do que apenas uma sombra pálida de vida.”
Agora os Deuses querem a ajuda de Lily para localizar e resgatar Amon, mas para que isso seja possível ela precisará sacrificar muitas coisas, inclusive sua condição humana. Desejando salvar seu amado – e de quebra impedir que o Caos reine sobre o mundo -, Lily passará por provações, caminhará por terras desconhecidas e enfrentará as feras mais temíveis que o homem pode imaginar, tudo para ter a chance de estar nos braços de Amon mais uma vez.

Lily se submete a mudanças que a tornam mais forte e elevam sua importância diante dos Deuses – algo que vai além da busca por Amon. Ela deixa de ser a garota que está apenas ajudando os Filhos do Egito para ter um papel maior não só como a namorada da encarnação de Amon-Rá, mas como a peça principal de uma antiga profecia.

E sabem aquela história de mudar sua condição humana para entrar no Mundo dos Mortos? Isso resulta em Tia, a consciência de uma leoa, dentro do corpo de Lily. Gostei dela inicialmente, pois ela completava o que faltava em nossa protagonista, no entanto mais adiante alguns conflitos surgem e, apesar de Tia continuar ajudando Lily, ainda tive vontade de chutar a consciência dela para fora do corpo da nova iorquina.
“O que me preocupava mais era o que aconteceria caso ela decidisse permanecer no controle do meu corpo. Será que eu conseguiria recuperá-lo? Será que seria relegada a vê-la viver uma vida, a minha vida, e não seria capaz de fazer nada para impedir?
Pare. Por favor, acrescentei, pedindo que ela recuasse.
Depois de um momento tenso, ela consentiu. Mas percebi seu ressentimento e a perda que experimentou quando a releguei a um papel menor de novo.”
Amon tem uma participação menor em relação ao primeiro livro, afinal ele só aparece nos sonhos da protagonista e nas últimas páginas, mas é o suficiente para revermos sua força e coragem. Fugir para o Mundo dos Mortos foi uma grande mancada, mas com todos os juramentos de amor e o desespero dele para manter Lily longe do perigo, é impossível odiá-lo.

Eu estava me perguntando onde Asten e Ahmose se encaixariam nessa confusão e fui surpreendida pela aparição de ambos em determinado ponto da história. Os dois príncipes tem uma participação muito maior, o que consequentemente nos permite conhecer um pouco mais sobre ambos. Aqui vemos um lado mais sombrio do jovial Asten e mais sobre a personalidade amável e protetora de Ahmose.
“– Tudo no além pode ser perigoso, Lily. E tudo no mundo dos mortos é definitivamente perigoso. Não se esqueça disso.
Sua expressão dava mais peso a cada palavra, e de novo achei que poderia haver mais de Ahmose e Asten que eu não sabia.”
Os Deuses ganham um espaço razoável, mas muito satisfatório. Amei saber mais sobre essas entidades cujos nomes eram apenas citados até então e realmente espero vê-los mais nos próximos livros da série. Eles me passaram a sensação de uma grande família um tanto quanto problemática e definitivamente tornaram a leitura muito mais interessante.

“O Coração da Esfinge” é muito melhor que seu antecessor, seja nas aventuras ou na construção dos personagens. Eu não me canso de elogiar a escrita de Colleen Houck, que tem o poder de tornar a narrativa mais real, como algum tipo de magia que seduz o leitor para dentro da história. Houve um aprofundamento e melhor aproveitamento da mitologia egípcia e senti que a leitura foi muito mais fluída e empolgante. Esse é aquele tipo de livro que você lê sem perceber que as páginas estão passando e o final se aproximando.
“– Existe uma profecia antiga sobre o Caos – explicou Maat. – Diz que chegará um tempo em que o Caos reinará sobre o Cosmo. A harmonia será perdida. A Ordem vai se fragmentar. O poder dos deuses ficará preso numa teia de aranha. É quando a Libertadora aparecerá.”
O romance aqui ficou um pouco confuso e embora eu queira desabafar, não vou fazê-lo porque seria entregar alguns spoilers inevitáveis pelo caminho. O que posso dizer é que primeiro pareceu como se um triângulo amoroso estivesse surgindo e depois houve indícios de um quarteto amoroso, mas há outras influências (a parte dos spoilers) sobre Lily envolvidas nesse problema romântico e é ai que tudo fica meio confuso – e muito irritante.

Lily pelo menos consegue amadurecer mais um pouco e embora eu goste dela, admito que a garota causa uma confusão de sentimentos. Admiro a coragem que ela tem para enfrentar deuses e monstros, mas toda essa valentia lhe falta na hora de lidar com os pais exigentes até demais. E para alguém tão confiante de si mesma, ela deveria ter um pouco mais de amor próprio. Primeiro ela faz o tipo “não estou aí para mais nada” logo após retornar para sua casa em Nova York e em seguida não hesita em arriscar sua vida de muitas maneiras para salvar Amon. É lindo e tocando ao mesmo tempo em que preocupante o modo como ela topa qualquer coisa pelo amor de sua vida.
“[...] Mesmo assim, eu sabia, no fundo do coração, que arriscaria qualquer coisa por ele. A chance de estar de novo com Amon valia cada sacrifício que me pediam.”
Os outros personagens também tiveram seu espaço e foram bem desenvolvidos, com suas histórias de vidas contadas de um modo que se encaixaram perfeitamente na narrativa. Alguns novatos (Deus Hórus) estiveram presentes em apenas algumas páginas, mas o suficiente para se tornarem inesquecíveis em minha memória. A participação dos Deuses tornou a leitura tão gostosa que espero vê-los mais uma vez.

Falando sobre o trabalho da Editora Arqueiro para com o livro, a capa é toda trabalhada em tons de dourado, com detalhes na arte que remetem ao que encontramos dentro do livro. É uma capa muito bonita. A diagramação também está ótima e a fonte e tamanho das letras são bons para uma leitura confortável. Encontrei alguns erros no texto, mas são bem poucos e nada que atrapalhe a compreensão da história.

Eu não esperava muita coisa de “O Coração da Esfinge”, pois queria evitar frustrações, mas acabei surpreendida por um livro cativante que foi além das expectativas. Colleen Houck utilizou sua magia e através de sua escrita jogou um encantamento que me prendeu dentro da história. Tive uma leitura deliciosa e mal posso esperar para a sequência, para reencontrar todos esses personagens que são cada um a sua maneira encantadores e descobrir o desfecho de todos esses problemas.
“– Ela não sabe que, sem ela, não há esperança para mim. Não há vida. Só a morte e a escuridão. Ela achou que eu fui corajoso ao me sacrificar na pirâmide, mas, se Anúbis tivesse me dado somente mais uns poucos minutos a sós com ela, eu teria usado todo o poder à minha disposição, até mesmo o Olho de Hórus, para fugir com ela e nos esconder nos lugares mais remotos do Cosmo. Se eu soubesse que ela concordaria, passaria de bom grado a vida inteira tentando evitar os deuses, só para ficar com ela.”
Clique aqui para ler um trecho do livro.


2 comentários:

  1. Que bom que a leitura lhe agradou! Eu li o primeiro livro no final do ano passado e amei a estória! No entanto, assim como sua resenha e outras sugerem, de que há a possibilidade de ocorrer um triângulo amoroso, isso me deixa triste, pois acho que isso prejudica a estória. Vou ler em breve e tirar minhas próprias conclusões.
    Abraços!

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    1. Oii Talita. Esse segundo livro é muito bom, mas a parte do romance é, como eu disse, confusa - porque envolve Lily, os irmãos e mais outros seres. Acho que isso será mais explorado no terceiro livro, mas realmente espero que o romance não se torne o foco do mesmo, uma vez que será o último e o que eu quero é muitas aventuras empolgantes. ^^

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