terça-feira, 19 de julho de 2016

[RESENHA] "CORTE DE ESPINHOS E ROSAS", DE SARAH J. MAAS

Nome: Corte de Espinhos e Rosas
Série: Corte de Espinhos e Rosas #01
Autora: Sarah J. Maas
Editora: Galera Record
Onde comprar: Buscapé
Em "Corte de Espinhos e Rosas", um misto de "A Bela e A Fera" e "Game of Thrones", Sarah J. Maas cria um universo repleto de ação, intrigas e romance.

Depois de anos sendo escravizados pelas fadas, os humanos conseguiram se libertar e coexistem com os seres místicos. Cerca de cinco séculos após a guerra que definiu o futuro das espécies, Feyre, filha de um casal de mercadores, é forçada a se tornar uma caçadora para ajudar a família.

Após matar uma fada zoomórfica transformada em lobo, uma criatura bestial surge exigindo uma reparação. Arrastada para uma terra mágica e traiçoeira — que ela só conhecia através de lendas —, a jovem descobre que seu captor não é um animal, mas Tamlin, senhor da Corte Feérica da Primavera. À medida que ela descobre mais sobre este mundo onde a magia impera, seus sentimentos por Tamlin passam da mais pura hostilidade até uma paixão avassaladora.

Enquanto isso, uma sinistra e antiga sombra avança sobre o mundo das fadas e Feyre deve provar seu amor para detê-la... ou Tamlin e seu povo estarão condenados.


Aos dezenove anos de idade, Feyre já carrega a responsabilidade de prover o sustento da família. Apesar de jovem, ela é uma excelente caçadora e é através dessa atividade que consegue todo o dinheiro e alimento que mantém as duas irmãs e o pai vivos.

Os moradores da aldeia onde vivem cresceram ouvindo as histórias aterrorizantes sobre Prythian, um mundo de terras mágicas que ficam além da muralha perto da aldeia, e sobre seus habitantes, feéricos imortais que adoram fazer todo tipo de maldade contra humanos. E Feyre sempre ouviu dos outros para ter cuidado quando fosse para a floresta perto de sua casa para caçar, afinal nunca se sabe quando ela poderia topar com um feérico transfigurado na forma de um animal.

Durante uma caçada difícil, em um inverno rigoroso, Feyre se depara com um lobo muito maior do que qualquer outro que ela já tenha visto. O estranho animal a deixa em alerta e ativa todas as lembranças dos avisos que já recebeu em sua vida, mas já faz uns dias desde que conseguiu capturar algo e ela não pode se dar ao luxo de perder essa chance, seja o lobo um feérico ou não.

Os dias seguem normalmente após o ocorrido na floresta, até a noite em que a família é surpreendida por uma grande fera que invade a pequena cabana que os abriga. A besta exige saber quem matou o lobo feérico e quando Feyre se apresenta como a responsável pelo ato, ele lhe das duas opções: a morte ou então viver em Prythian para sempre. E é assim que Feyre é levada para longe de sua família, para um reino imortal que sempre assombrou sua imaginação e a de todas as outras pessoas que já conheceu.
“— O pagamento que devem oferecer é aquele exigido pelo Tratado entre nossos reinos.
[...]
— Qual é o pagamento que o Tratado requer?
Os olhos do animal não deixaram meu rosto à medida que ele falava:
— Uma vida por outra. Qualquer ataque não provocado contra feéricos, por humanos, só pode ser pago com uma vida humana em troca.”
Prythian é divido em sete cortes - Primaveril, Estival, Outonal, Invernal, Crepuscular, Diurna e Noturna -, cada uma é governada por um Grão-Feérico (feéricos que fazem parte da nobreza dominante, diferenciados de feéricos inferiores pela forma física semelhante à humana e por serem mais fortes e poderosos), sendo este chamado de Grão-Senhor.

A besta, que mais tarde se revela um Grão-Feérico chamado Tamlin, leva Feyre para a Corte Primaveril. Ele esclarece que o tratado não a torna uma prisioneira dali e a deixa livre para partir para qualquer outro lugar que esteja dentro dos limites de Prythian, no entanto não está nos planos da protagonista se arriscar por terras desconhecidas que certamente escondem criaturas perigosas e traiçoeiras.

Apesar de ser bem tratada e viver em um castelo luxuoso, Feyre não perde as esperanças de encontrar uma brecha no tratado que lhe permita retornar para a casa com vida. Enquanto se empenha em sua busca, ela também acaba conhecendo um novo lado dos seres feéricos e percebe que nem todos são malignos como os humanos acreditam.

Conforme seu coração de gelo baixa a guarda para Tamlin, Feyre começa a desvendar os segredos de Prythian, apenas para descobrir que uma praga está tomando conta do reino e ameaçando todos aqueles que ama - sejam feéricos da Corte Primaveril ou sua família que permanece na aldeia.

Esse é apenas o primeiro livro da série, mas já foi o suficiente para colocar Feyre entre minhas protagonistas favoritas; eu diria que ela é uma personagem perfeita apesar de todos os seus defeitos. Teimosa, mal humorada e sarcástica, Feyre é também muito intensa e perspicaz. Mesmo em momentos perigosos ela consegue manter a calma e demonstrar coragem, sendo que várias dessas situações se dão por ela estar pensando além do bem-estar próprio. Feyre é muito leal às pessoas com quem se importa e não pensa duas vezes antes de se arriscar por outros.
“Olhei para Tamlin.
- Amo você - declarei. - Não importa o que ela diga a respeito disso, não importa se é apenas meu tolo coração humano. Mesmo quando queimarem meu corpo, vou amar você.
Amarantha falou, com meiguice:
- Terá sorte, minha cara, se sequer sobrar o bastante de você para queimar.”
Tamlin é o mocinho da história e como tal, possui várias características que deixam leitoras por ai caindo de amor. Ele é poderoso e possui muitos segredos, além de ter um temperamento forte e estar tenso na maior parte do tempo, mas Feyre consegue despertar outro lado dele – o lado cavalheiro e romântico. Desde o início Tamlin tenta cair nas graças da garota – o que não é tão fácil -, mas ele só conseguiu se aproximar da protagonista quando suas ações deixaram de ser tão planejadas. A partir daí o relacionamento deles evolui naturalmente, dando espaço para o romance.
“- Porque sua alegria humana me fascina, o modo como vivencia as coisas em sua curta existência, tão selvagem e intensamente e tudo de uma vez, é… hipnotizante. Sou atraído por isso, mesmo quando sei que não deveria, mesmo quando tento não ser.”
São vários personagens que eu poderia descrever aqui – como a família de Feyre ou a extremamente cruel vilã Amarantha -, mas isso tornaria a resenha muito longa, então vou citar apenas mais dois feéricos que me chamaram a atenção.

O primeiro é Lucien, comissário da Corte Primaveril e amigo de Tamlin. Lucien já sofreu muito em sua vida, mas isso não o tornou uma pessoa amargurada. Divertido e bastante sarcástico, ele se torna à sua própria maneira um bom amigo para Feyre.
“— Então é isso o que vocês fazem da vida? Poupam humanos do Tratado e comem refeições requintadas? — Olhei diretamente para o boldrié de Tamlin, as roupas de guerreiro, a espada de Lucien.
Lucien deu um risinho.
— Também dançamos com os espíritos sob a lua cheia e roubamos bebês humanos do
berço para substituí-los por bebês feéricos...”
E temos também Rhysand, meu crush de “Corte de Espinhos e Rosas”. Eu tenho uma queda por personagens do tipo bad-boy, então não fiquei surpresa por gostar dele em sua primeira aparição, quando ele parecia um personagem irrelevante.

Rhys é o mais poderoso e temido Grão-Senhor de Prythian, sendo o governante da Corte Noturna. Conhecido por suas maldades, Rhysand é um homem misterioso que, mesmo sendo um aliado de Amarantha, demonstra interesse por Feyre. Ele parece sentir prazer ao tirar ela do sério e não perde uma oportunidade para provocar, mas de alguma forma sempre acaba ajudando-a, embora suas verdadeiras intenções para com ela continuem desconhecidas.
“Pelo resto da minha vida... ele dissera como se ela fosse durar muito, muito tempo.
Rhysand achava que eu venceria as tarefas de Amarantha.
Encarei seu perfil, o nariz elegante e os lábios sensuais. Jogos — Rhysand gostava de jogos, e parecia que eu agora seria uma peça-chave em qualquer que fosse aquele.”
“Corte de Espinhos e Rosas” é o primeiro livro que li da Sarah J. Maas e se as outras obras da autora forem ao menos um pouco parecidas com essa, então eu com certeza as lerei também.

A história nos apresenta a um fantástico mundo repleto de magia, romance e intrigas, com personagens bem desenvolvidos e dotados de características únicas. O livro lembra em alguns momentos “A Bela e a Fera”, uma vez que o conto seria a fonte de inspiração de Maas, porém no geral a autora conseguiu criar algo novo e completamente maravilhoso.

A narrativa é cativante, detalhada e bem fluída e consegue seduzir o leitor, do mesmo jeito que a magia seduz aqueles que estão dentro da história. O desenrolar das situações possui um bom ritmo e nos mantém em uma expectativa constante pelos acontecimentos seguintes; isso se deve a sagacidade da autora, que atiça o interesse do leitor ao fornecer aos poucos informações sobre os mistérios envolvendo Tamlin e a praga que está tomando conta de Prythian. A curiosidade faz com que a leitura evolua rapidamente e não há a mínima vontade de largar o livro, pelo menos não até que todos os segredos sejam revelados – o que acontece bem no final, é claro.
“— Há... uma doença nestas terras. Por toda Prythian. Há quase cinquenta anos agora. É por isso que esta casa e estas terras estão tão vazias: a maioria... partiu. — Tamlin falou devagar, com cuidado, como se admitir aquilo para um humano fosse um esforço. — A praga se espalha devagar, mas faz a magia agir... de modo estranho. Meus próprios poderes diminuíram devido a ela.”
Sarah J. Maas sabe como criar uma boa história. Seus personagens são bem construídos e possuem dinâmica, os diálogos são inteligentes e não deixam a leitura entediante. Eu também adorei as cenas que possuem mais ação, acho que elas ficaram ótimas e, sabe quando você está assistindo a um filme e fala para o personagem na TV “Não faça isso”?! Então, isso também pode acontecer em “Corte de Espinhos e Rosas” – como se isso fosse ajudar em alguma coisa –, afinal em muitos casos era bem óbvio que a protagonista estava indo em direção ao perigo.

Levando em conta esse livro, posso entender porque as obras da autora fazem tanto sucesso. “Corte de Espinhos e Rosas” me conquistou por inteiro e eu mal posso esperar pela sequência, para rever todos esses personagens adoráveis e seu mundo extraordinário.
“- Agradeça por seu coração humano, Feyre. Tenha piedade daqueles que não sentem nada.”


Clique aqui para ler um trecho do livro, disponibilizado no site da editora 

2 comentários:

  1. Amei sua resenha! Eu ainda não tive a oportunidade de ler nenhum livro da Sarah, mas como todos que já leram comentam o quanto seus livros são ótimos, estou com muita vontade. Espero ler Corte de Espinhos e Rosas em breve, amo releituras de contos de fadas, especialmente da Bela e a Fera.
    Abraços!

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Oláa Talita. Se tiver a oportunidade, leia sim. A leitura de "Corte de Rosas e Espinhos" é muito gostosa, é um livro que super vale a pena e vai te deixar louca pela sequência ♥

      Excluir