segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016

[RESENHA] "UM AMOR A CONQUISTAR", DE NORA ROBERTS

Nome: Um Amor a Conquistar
Autora: Nora Roberts
Série: Os Irmãos Stanislaski (#02)
Editora: Harlequin
Onde Comprar: Buscapé
Esperava-se que Sydney Hayward, herdeira de um vasto império do setor de construções de Nova York, ocupasse seu tempo fazendo compras, indo ao salão, agarrando um bom partido. Porém, com o fracasso de seu casamento, ela passara a desejar muito mais do que a vida de uma garota rica nascida e criada no uptown de Manhattan. Após a morte do avô, Sydney assume a presidência da Hayward, contrariando as expectativas de seus amigos e, principalmente, de sua mãe.

Mikhail Stanislaski era rude e primitivo, como suas esculturas. Tal qual uma peça de cerejeira trabalhada, ele também possuía reentrâncias e ranhuras. E um homem como ele deveria ser preso, pensava Sydney. Mas ele é morador de um prédio caindo aos pedaços por negligência da Hayward. Depois de muitas cartas pedindo reparos urgentes, Mikhail decide resolver a questão pessoalmente. E acaba encontrando à mesa de um glamouroso escritório, comandando um império e tomando decisões ousadas uma linda mulher... que, na opinião dele, precisava ser beijada com urgência.

Segura de que estava pronta para enfrentar complicações corporativas, Sydney não esperava ter de lidar com um homem tão teimoso quando enigmático e charmoso. E Mikhail Stanislaski, com seus olhos de pirata e personalidade marcante, era definitivamente uma complicação. Ignorando ser ele um artista de sucesso, ela o contrata para trabalhar nos reparos do prédio. Melhor assim, avalia Mikhail. Isso o ajudaria a não pensar nela em termos pessoais - pelo menos até conseguir o que queria...


Mikahil tinha certeza do que queria ao cruzar a cidade em busca do responsável pelo comando da empresa Hayward. Sabendo que a irresponsabilidade da empresa com os inquilinos já havia passado dos limites e que era necessário que algo fosse feito da parte deles, ele vai ate a sede para falar umas poucas e boas para o diretor. Ele esperava soar ameaçador, e quem sabe o dono não fizesse algo a respeito. Esperava também ser expulso do prédio, pois estava todo sujo devido ao trabalho braçal que estava realizando esta manhã. Mas esperar que a dona da empresa fosse a mulher mais linda que ele já tinha visto, ele não esperava. Ao conhecer Sidney, Mik automaticamente se desarma e fica alarmado com a imediata atração que sente por aquela mulher que era para supostamente ser seu inimigo.

A reação de Sidney a Mikahil não é diferente. Ainda se adaptando as suas responsabilidades como nova diretora da empresa de seu avô, Sidney vê o desafio crescer ao trabalhar exaustivamente e só aparecerem problemas. O prédio de Mikahil estava em condições precárias, e ela sabia que seu avô não teria permitido que os danos se estendessem se estivesse ciente dos problemas. Sidney também não compreendia o porquê se sentia tão atraída por Mik. Certamente ele era lindo, mas completamente diferente dela. E com a necessidade de constante contato com ele devido a obra no predío, ela já prevê seus nervos aos frangalhos por ter de lidar com questões da empresa e com sua atração por Mikahil.
" - Você faz bem? - perguntou, como se de repente a ideia lhe viesse à mente.
   Confusa e irritada, ela retrucou:
    - Faço o quê?
    - Beija bem?
    As sobrancelhas levantaram-se. Arcos arrogantes sobre os olhos excessivamente gélidos.
    - No dia em que você descobrir, poderá se sentir lisonjeado. -  Satisfeita com a frase, saiu andando pelo corredor na frente dele.
    Os dedos dele mal a tocaram - ela podia jurar. Mas no espaço de um segundo suas costas estavam na parede e ela estava presa entre seus braços, com as mãos dele plantadas em cada lado de sua cabeça. Foi invadida pelo choque e por um tremor de medo, antes que pudesse chegar a pensar em sentir-se insultada.
    Sabendo estar sendo impertinente, divertindo-se, manteve os lábios a poucos centímetros dos dela. Reconheceu a contração por dentro como desejo. E, por Deus, ele podia lidar com isso. E com ela. As respirações se misturaram e ele sorriu. A dela, pega de surpresa, saía curta e rápida."
Mikahil não via problemas em expressar suas emoções. Por ser artista, reconhecido por ter uma de suas obras na Casa Branca, ele sabe que o melhor caminho é expressar suas emoções. Não há nada errado com sentir para Mik. Mas para Sidney, que traz um passado pesado em suas costas, se atar ao controle era a salvação. Para ela, era necessário entender tudo, não se apressar, planejar cada momento. E como conhecer Mik não estava em seus planos, ela se vê perdida quando percebe que o sentimento entre os dois é mais forte que a atração. O que será que o destino traçou para um casal tão diferente e ao mesmo tempo tão perfeitos um para o outro?
" Ela se moveu para colocar uma mesa entre os dois. Por saber muito bem que se continuasse recuando, acabaria colada na parede, resolveu parar a enfrentá-lo.
   - Está bem, droga. O que você quer?
   - Você. Está cansada de saber que quero você.
   O coração dela subiu e desceu - quase saiu pela garganta e depois mergulhou no estômago."
Se algum dia, uma pessoa ao pegar um exemplar de algum título de Nora Roberts dizer algo do tipo: "não deve ser interessante" é porque está oficialmente lunático. Cada obra que leio, seja de uma leitura rápida como essa coleção de edição especial da Harlequin ou uma mais extensa, me deixa fascinada e confesso, muito emocionada. A autora consegue criar uma obra de qualidade inestimável, utilizando-se de coisas simples e comuns. Ao ler, o misto de emoções que vivo é tão forte que me pego rindo e chorando ao mesmo tempo. Mik e Sidney são um casal inspirador, que nos mostra o desafio que é amar. Às vezes lemos histórias onde o relacionamento entre os personagens principais é tão dócil e fácil que nos permitimos ceder a ilusão de que as coisas sejam fáceis assim, ainda mais o amor.
"     Sempre soubera que amaria desse jeito. Que encontraria a única mulher que transformaria a pista de corrida em ziguezague de sua vida num círculo perfeito. Ela estava com ele agora, sonhando em um carro aberto, numa estrada sossegada. Quando a olhou, pôde prever como seria a vida juntos. Não perfeita. Perfeição significaria ausência de surpresas. Mas podia imaginar-se acordando ao seu lado de manhã, no grande quarto da casa antiga que comprariam para transformá-la em lar. Podia imaginá-la voltando para casa à noite, num daqueles bonitos conjuntos, o rosto refletindo o aborrecimento ou o sucesso do dia. E eles se sentariam e conversariam sobre o trabalho dos dois.
       Um dia seu corpo carregaria uma criança. Ele sentiria o filho ou a filha mexer-se dentro dela. E encheriam a casa de crianças e as veriam crescer.
        Mas ele estava indo rápido demais. Já tinham progredido e ele queria aproveitar cada momento."
Achei tocante ver como Mik se abria para as emoções. Sou o tipo de pessoa meio orgulhosa que não diz "eu te amo" até ouvir primeiro. Sidney se identifica com esse aspecto, mas ao perceber que não poderia fugir do que sentia, resolveu se entregar. É impossível não rir, não se surpreender e não adorar essa obra. Foi maravilhoso conhecer a história desse casal, e não interessar pelas histórias dos demais irmãos Stanislaski ficou fora de cogitação. Creio que a autora faz de propósito, para nos viciar. Só posso dizer que adorei cada momento da leitura, que correu fluida e cativante. Quanto a editora, só poderia pedir que não tivesse feito desta coleção uma edição especial, pois tornou mais difícil o acesso as obras. Mas não é tão impossível assim que seja adquirido um exemplar, portanto insisto que deem uma chance a obra e a aproveitem!

Nenhum comentário:

Postar um comentário