quinta-feira, 4 de setembro de 2014

[RESENHA] APRISIONADA - LAUREN DESTEFANO

Nome: Aprisionada
Autora: Lauren Destefano
Série: Trilogia do Jardim Químico #1
Editora: Underworld
Onde comprar: Saraiva
Graças à ciência moderna, os seres humanos se tornaram bombas-relógio genéticas. Os homens vivem apenas até os 25 anos e as mulheres até os 20 anos.

Neste cenário desolador, as meninas são raptadas e forçadas a casamentos poligâmicos para manter a população longe da extinção. Quando Rhine Ellery de dezesseis anos é raptada pelos Coletores para se tornar uma noiva, ela entra em um mundo de riqueza e privilégio.

Apesar do verdadeiro amor de seu novo marido Linden e uma tênue confiança entre as irmãs de seu esposo, Rhine tem um propósito: fugir para encontrar seu irmão gêmeo e ir para casa. Mas Rhine tem mais coisas a enfrentar que a perda de sua liberdade.

O pai excêntrico de Linden está obcecado em encontrar um antídoto para o vírus da genética que está lentamente se aproximando de seu filho, mesmo que isso signifique coleta de cadáveres a fim de testar seus experimentos. Com a ajuda de Gabriel, um servo que confia, Rhine tenta libertar-se, no curto tempo que ainda resta.

Eu tento o tanto quanto possível, mas dessa vez não consegui evitar um spoiler. Como eu sei que alguns leitores não gostam, vou avisar com um "[Spoiler]", quando chegar essa parte, além de deixar com uma cor bem clara, de forma que é preciso selecionar para ler. ;)



“Setenta anos atrás, a ciência aperfeiçoou a arte da concepção. [...] Reforços no sistema imunológico dados às crianças de nova geração erradicaram alergias e doenças sazonais, e protegiam até mesmo contra vírus contraídos sexualmente. [...] Uma geração de embriões perfeitamente criados por engenharia genética garantiu uma população saudável e bem-sucedida. A maior parte dessa geração ainda está viva, e chegando com elegância à velhice. Eles são a destemida primeira geração, praticamente imortal. Enquanto a primeira geração prosperava, e ainda prospera, algo deu errado com seus filhos, e os filhos de seus filhos [...]”
Em uma época em que os homens vivem até os vinte e cinco anos de idade e as mulheres até os vinte, a humanidade teme por sua extinção. É por isso que garotas acima de 13 anos - a idade em que o corpo já é forte o bastante para suportar uma gravidez - são raptadas, vendidas para homens ricos e forçadas a um casamento polígamo.

É nesse contexto que acompanhamos a vida de Rhine, uma garota de 16 anos, ao lado de suas novas "esposas-irmãs", Cecily de 13 anos e Jenna de 18. Elas são sequestradas e forçadas a se casar com Linden, um jovem 21 anos que está passando pelo terrível momento de ver sua primeira esposa morrer devido ao vírus que mata as pessoas tão cedo.

Trancada em uma mansão, Rhine se recusa a aceitar sua nova condição. Embora seu marido seja uma pessoa gentil, ela vive pensando em um jeito de voltar para seu irmão gêmeo Rowan, que é o único parente vivo que ela tem.

Porém fugir pode ser perigoso, uma vez que o pai de Linden, Vaughn, é um médico da primeira geração que está desesperado em busca de uma cura antes que seu filho atinja os vinte cinco anos. E enquanto não acha a cura, ele fará o possível para deixar Linden feliz, o que significa que ele está disposto a cometer crueldades com qualquer um que tenha em mente algo que pode magoar seu filho.
“Você está tirando Linden da escuridão em que Rose o deixou, não está vendo? Você está devolvendo a vida a ele [...] Você é mais especial do que percebe; se Linden perdesse você, isso poderia destruir seu espírito. Você não quer isso [...] Se você dá valor à sua vida, não vai fugir novamente.”
Mas Rhine não está sozinha em seu plano de fuga. Ela tem o apoio de sua "esposa-irmã" Jenna, e também de Gabriel, um dos servos e alguém a quem ela fica muito apegada.

Gabriel praticamente cresceu dentro da mansão e o lugar é tudo o que ele se lembra, por isso ele não entende muito bem esse desejo que ela tem de fugir. Ele não entende o que o "lá fora, na cidade" - que é onde Rhine cresceu - pode ter de diferente da mansão luxuosa. E parte do motivo disso é porque ele está gostando dela e não quer que ela vá embora.
“E Gabriel tem sido prisioneiro há tanto tempo que até mesmo ele está começando a se esquecer de como é melhor lá fora do que aqui dentro. [...] Fico deitada quieta por um tempo, comparando o porto de Nova York com o oceano volumoso dentro da piscina. [...] E neste estado borrado, um tanto ébrio, quase consigo entender o que Gabriel quis dizer quando perguntou: O que é que o mundo livre tem que você não pode conseguir aqui? [...] Liberdade, Gabriel. É isto o que não se pode conseguir aqui.”
Não demorei nada para terminar o livro, mas não estou tão ansiosa para ler a continuação como acontece com outras obras. Acredito que isso tem mais a ver com os personagens e suas ações do que o desenrolar da história (que é monótona até, pelo menos, metade do livro). Embora tenhamos Vaughn e sua mente doentia, os personagens que eu mais odiei foram Linden e Cecily.

Cecily é completamente irritante e mimada. Ela faz o possível para agradar a Linden e Vaughn, enquanto maltrata os serviçais. Nem mesmo os momentos em que ela era ‘boazinha’ ou o grande acontecimento no final do livro me fizeram gostar um pouquinho dela, fiquei o tempo todo desejando que ela morresse e não me sinto nem um pouco culpada.
“— Cecily... — eu digo.
— Não é justo! — ela se volta para mim. — Eu dei tudo pra ele, e eu mereço ir a uma festa se eu quiser. O que foi que você fez? Do que foi que você abriu mão?
"De tantas coisas, Cecily. Mais do que você imagina.”"
Linden é um tonto que vive em um mundo que seu pai criou. Ele começa a história sofrendo por sua primeira esposa que está a beira da morte, diz-se completamente apaixonado por ela, mas pouco tempo depois da morte da garota, o cara já está tratando de consumar o casamento com suas novas esposas.
[Spoiler] Cecily com treze anos engravida e isso me deixou completamente enojadaTalvez eu não esteja vendo isso pela perspectiva da história, mas ainda sim achei Linden completamente desprezível por dormir e engravidar uma menina dessa idade. Pelo menos ele não é um crápula que obriga as garotas a realizar todos os seus desejos. 
“Agora que Cecily finalmente conseguiu o que queria do nosso marido, isso significa que Linden já guardou Rose bem segura dentro de suas memórias, e está pronto para visitar as camas de suas esposas restantes. [...] Linden é um monstro, eu penso. É um homem vil.
— Você não vê que ela ainda é uma menina? — murmuro.”
[Fim do Spoiler]


Gabriel é super fofo, atencioso e um amigo extremamente fiel. Estou torcendo para que ele e Rhine terminem juntos no final de tudo. Tenho pena do modo como ele vive trancado na mansão, ele tem vivido assim por tanto tempo que está se esquecendo de como é o mundo fora daquele lugar e o mais triste, ele não sabe o que é ter liberdade, já que antes da mansão vivia em um orfanato, que também não foi o melhor lugar do mundo para ele.

Rhine é uma garota forte, destemida e persistente. Ela sabe que o melhor jeito de sobreviver (enquanto não consegue fugir) é conquistar a confiança de seu marido e se tornar a esposa número um. Entre tantas esposas, o “governador” – que é como os maridos são chamados – escolhe sua favorita. As chamadas primeiras esposas tem vários privilégios como frequentar eventos sociais ao lado de seu marido, o que significa sair da mansão. Embora ela as vezes fraqueje diante da bondade de Linden e chegue a até a demonstrar algum tipo de sentimento por ele, ela não se deixa distrair de seu objetivo. Rhine vê esses privilégios da primeira esposa como a única chance de conseguir sua liberdade.
“Ela está me provocando, e eu estou me esforçando tanto para ficar quieta. Eu preciso. Eu preciso, porque se eu disser a verdade agora, então serei prisioneira para sempre. E não vou dar a ela nem esta festa nem nenhuma outra das festas que vierem depois, porque elas são minhas. Minhas únicas chances de mostrar ao meu irmão que estou viva, de achar um caminho para fora a deste lugar.”
O final foi bem óbvio, mas pelo menos me passou a impressão de que teremos partes mais emocionantes no segundo livro. Aliás para a continuação espero ver mais Rowan, o irmão de Rhine. Ao longo da história ele aparece nas lembranças dela, mas para mim foi o suficiente para gostar dele e de seu jeito protetor.

Também espero não ver tanto o Linden e a Cecily. Aguento até mesmo Vaughn, mas não aqueles dois. Me parece que a autora tenta fazê-los parecer mocinhos, vítimas do destino cruel. Não me convence!!

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